quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vaticano II: ruptura ou continuidade?

Desenvolveu-se a impressão que a liturgia seja “feita”, que não seja algo que existe antes de nós, algo que nos é “dado”, mas que, ao invés, depende das nossas decisões (Observação: A observação de Ratzinger é perfeita. Hoje, entrou na consciência de muitas comunidades a idéia totalmente errada segundo a qual a liturgia é obra da nossa criatividade e tem-se que inventar algo para torná-la atraente. Para muita gente, para muitos ministros ordenados, se não se improvisar, se não se mudar alguma fórmula em nome da criatividade, se não se inventar alguma moda, não se está celebrando de verdade!).
Deste fato decorre, conseqüentemente, que (...) cada comunidade queira dar-se uma própria liturgia. Mas, quando a liturgia é algo que cada um faz por si, então ela já não nos dá aquela que é a sua verdadeira qualidade: o encontro com o Mistério, que não é um produto nosso, mas a nossa origem e a fonte da nossa vida.

Para a vida da Igreja, é dramaticamente urgente uma renovação da consciência litúrgica, uma reconciliação litúrgica, que volte a reconhecer a unidade da história da liturgia e compreenda o Vaticano II não como ruptura, mas como momento evolutivo. Estou convencido que a crise eclesial na qual nos encontramos hoje depende em grande parte do desmantelamento da liturgia, que muitas vezes é concebida como se Deus não existisse, como se nela não importasse mais se Deus exista, se nos fala e nos escuta... Então, a comunidade celebra somente a si mesma, se quem isso valha mais a pena . – Do livro da Tag Tessore, Introduzione a Ratzinger (em português: Bento XVI, Ed. Claridade).

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