terça-feira, 1 de novembro de 2011

TEORIA DAS FONTES


JAVISTA (J)
      Origem: reino do Sul (Judá)
      Data: século X ou IX a.C (cf. Gn 27,40 e 2Rs 8,20ss).
      Finalidade: síntese teológica para responder aos problemas de seu tempo. A promessa.
      Conteúdo: problema das origens: origens do sofrimento e da morte.
        Consequências da falta original (Caim, dilúvio, Torre de Babel: antigas tradições).
        Desenvolvimento da humanidade até os Patriarcas.
        Patriarcas: da vocação de Abraão até a morte de José.
        Unidade religiosa: Yahweh torna-se o Deus de Israel.
        Universalismo: as outras nações usufruirão da bênção de Abraão  (Gn 22,18).
        Moisés, criador da religião de Israel pela revelação do Sinai.
        Antropomorfismos: Deus aparece muito próximo do homem e intervém de modo espetacular para salvá-lo.
        Código legislativo da aliança Javista (Ex 34). O Javista é usado no Gênesis, Êxodo e Números.

ELOÍSTA (E)
      Origem: reino do Norte (Israel).
      Data: tempo de Jeroboão II (século VIII).
      Conteúdo: (alguns exemplos)
        Gn 20: Abraão em Gerar.
        Gn 22: sacrifício de Isaac.
        Ex 20, 18–23,33: Código da Aliança.
        Nm 12 (elementos da “lei da pureza”); 23 (elementos da “lei de santidade”).
      Características:
        Espiritualidade de Deus: pouco antropomorfismo.
        Impossibilidade de ver Deus (Ex 20,19).
        Deus manifesta-se em sonhos.
        Desconfiança do culto muito material.
        A função essencial do sacerdócio seria fazer que os homens conheçam a vontade de Deus.
        Insistência nos deveres para com Deus, para com os outros.
        Decálogo, Código da Aliança.
        A aliança (Abraão-Moisés) é o tema central da relação entre Deus e o homem.

DEUTERONOMISTA (D)
      Origem: reino do Norte, levado pelos levitas para Jerusalém após tomada de Samaria, em 721 a.C.
      Data: por volta de 700 a.C., um trabalho de compilação das coleções jurídicas que as encaixa em discursos, dando-lhes o sentido teológico e colocando-os na boca de Moisés.
Após 586 a.C., segunda edição e introdução do Deuteronômio no conjunto javista e eloísta.
      Características: vocabulário
     Jahveh, seu Elohim.
     Apegar-se a Deus.
     Guardar os mandamentos.
     Fazer o que é bem aos olhos de Jahvéh.
      Teologia:
     Jahveh é o Deus único, o Deus espiritual.
     Nenhuma imagem sensível.
     A Lei é o sinal da Presença atuante de Deus.
     Eleição:Jahveh escolheu seu povo. Promessa condicionada: se Israel for fiel.
     Deus ciumento.
     Unidade do santuário.
     História deuteronomista:escrita à luz da doutrina de Dt: vai Josué até o fim dos Reis.
     O livro das Crônicas imitará o exemplo.

SACERDOTAL (P=PRIESTERKODEX - ALEMÃO)
      Origem: os sacerdotes exilados de Jerusalém preparam a redação de uma história santa, englobando um corpo jurídico polarizado no culto e destinado a preparar à volta à Terra Santa.
      Data: século VI
      Conteúdo:
A história sacerdotal: começa com o capítulo 1º do Gênesis (1,1 – 2,4a) e salienta as alianças de Deus com o homem.
     Aliança com Noé (Gn 9,1-17).
     Aliança com Abraão (Gn 17).
     Aliança com Moisés (Ex 25 – 31).
Indica as condições da Aliança: respeito da vida, sábado e circuncisão, pureza de culto.
     Lei dos sacrifícios (Lv 1 – 7).
     Lei da pureza (Lv 11 – 16).
     Lei de Santidade (Lv 17 – 26).
     A história sacerdotal continua nos livros de Josué, dos Juízes e de Samuel.

Alguns estudiosos dividem em partes diferentes  de acordo com critérios determinados. Alguns postulam a existência não de um Pentateuco, mas um Hexateuco; outros ainda dividem formando o chamado Tetrateuco.

HEXATEUCO: como o livro de Josué parece continuar a narração dos acontecimentos após a morte de Moisés, a qual é expressamente mencionada, alguns autores acharam que deveria juntar este livro aos precedentes formando assim um Hexateuco.

TETRATEUCO: outros críticos recentes (Nyberg, Noth-foto) pretendiam ao contrário destacar do Pentateuco o Deuteronômio que seria considerado como o prefácio de uma grande obra histórica que iria de Moisés ao exílio: Teríamos então apenas um Tetrateuco.