terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que é um Poustinik?



 Poustinik é um termo russo usado para uma pessoa que vive como eremita, esse eremita pode viver num campo ou numa cidade num vale ou numa montanha, numa comunidade religiosa ou solitariamente entre os homens, mas sem ser percebido pois um eremita não chama a atenção sobre si mesmo, pois o ideal dele não é fazer propaganda de sua escolha, de sua vocação, mas o ideal do eremita é viver somente para Deus e com Deus, o lugar em que ele vai viver não é importante , o importante é que ele viva realmente como um eremita, ou seja escondido aos olhos do mundo, mas presente aos olhos de Deus.
Como disse São Francisco "O irmão corpo é nossa cela e a alma é o eremita que mora dentro da cela para orar a Deus e meditar. Portanto , se a alma não ficar em paz e solidão na sua cela, nenhum muro a separará do barulho do mundo"
"Na conversão e na calma estará vossa salvação, na tranquilidade e confiança estará vossa força". IS 30,15
VIVER NO SILENCIO NÃO É HABITAR EM UM MUNDO SEM RUIDOS,MAS É TER O CORAÇÃO PACIFICADO EM UM MUNDO CHEIO DE GRITOS. 
Fonte: poustiniky

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Adolescente comove Itália ao oferecer sua vida pela Igreja e pelo o Papa.



Em outubro de 2006, Carlo Acutis tinha 15 anos de idade e sua vida se apagou por uma agressiva leucemia.O adolescente, oriundo de Milão, comoveu familiares e amigos ao oferecer todos os sofrimentos de sua enfermidade pela Igreja e pelo Papa.
Seu testemunho de fé, que em alguns anos poderia valer o início de um processo de beatificação, sacode nestes dias a Itália, com a publicação de sua biografia.
“Eucaristia. Minha rodovia para o céu. Biografia de Carlo Acutis” é o título do livro escrito por Nicola Gori, um dos articulistas de L’Osservatore Romano, e publicado pelas Edições São Paulo.
Segundo os editores, Carlo “era um adolescente de nosso tempo, como muitos outros. esforçava-se na escola, entre os amigos, era um grande apaixonado por computadores. Ao mesmo tempo era um grande amigo de Jesus Cristo, participava da Eucaristia diariamente e se confiava à Virgem Maria. Morto aos 15 anos por uma leucemia fulminante, ofereceu sua vida pelo Papa e pela Igreja. Sua vida suscitou profunda admiração em quem o conheceu. O livro nasce do desejo de contar a todos sua simples e incrível historia humana e profundamente cristã”.
“Meu filho sendo pequeno, e sobre tudo depois de sua Primeira Comunhão, nunca faltou à celebração cotidiana da Santa Missa e do Terço, seguidos de um momento de Adoração Eucarística”, recorda Antonia Acutis, mãe de Carlo.
“Com esta intensa vida espiritual, Carlo viveu plena e generosamente seus quinze anos, deixando em quem o conheceu um profundo traço. Era um moço especialista em computadores, lia textos de engenharia informática e deixava a todos estupefatos, mas este dom o colocava a serviço do voluntariado e o utilizava para ajudar seus amigos”, adiciona.
“Sua grande generosidade o fazia interessar-se em todos: os estrangeiros, os portadores de necessidades especiais, as crianças, os mendigos. Estar próximo a Carlo era esta perto de uma fonte de água fresca”, assegura sua mãe.
Antonia recorda claramente que pouco antes de morrer Carlo ofereceu seus sofrimentos pelo Papa e pela Igreja. Certamente o heroísmo com a qual confrontou sua enfermidade e sua morte convenceram a muitos que verdadeiramente era alguém especial. Quando o doutor que o acompanhava perguntava se sofria muito, Carlo respondeu: ‘Há gente que sofre muito mais que eu!”.
“Fama de santidade”
Francesca Consolini, postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, acredita que no caso de Carlo há elementos que poderiam levar a abertura de um processo de beatificação, quando se fizerem cinco anos de sua morte, como o pede a Igreja.
“Sua fé, singular em uma pessoa tão jovem, era poda e segura, levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros. Manifestou uma extraordinária atenção para o próximo: era sensível aos problemas e as situações de seus amigos, os companheiros, as pessoas que viviam perto a ele e quem o encontrava dia a dia”, explicou Consolini.
Para a especialista, Carlo Acutis “tinha entendido o verdadeiro valor da vida como dom de Deus, como esforço, como resposta a dar ao Senhor Jesus dia a dia em simplicidade. Queria destacar que era um moço normal, alegre, sereno, sincero, voluntarioso, que amava a companhia, que gostava da amizade”.
Carlo “tinha compreendido o valor do encontro cotidiano com Jesus na Eucaristia, e era muito amado e procurado por seus companheiros e amigos por sua simpatia e vivacidade”, indicou.

“Depois de sua morte muitos sentiram a necessidade de escrever uma própria lembrança dele e outros comentaram que vão pedir sua intercessão em suas orações: isto fez com que sua figura seja vista com particular interesse” e em torno de sua lembrança está se desenvolvendo o que se chama “fama de santidade”, explicou.


Fonte: Blog Coração Inquieto.

“O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1,16)


Poucas pessoas, senão pouquíssimas, conhecem ou já ouviram falar do livro de Rute, nas Sagradas Escrituras. Trata-se da história de uma mulher estrangeira, da terra de Moab, território situado a leste do mar Morto e ao sul do rio Amon, que não fazia parte do povo de Israel, mas que era casada com o filho de Elimelec e Noemi (Rt 1,1-2).
Os dois filhos de Noemi morreram logo após a morte de Elimelec (Rt 1,5-6). Logo, Noemi e Rute retornaram à Judá. Orfa, a outra nora, retorna para Moab. Em meio à insistência de Noemi, Rute decide firmemente permanecer ao lado de sua sogra. Ainda muito amargurada, Noemi e Rute chegaram a Belém no começo da colheita da cevada.
Ao chegar, as mulheres se referem a Noemi: “Esta é Noemi?” Então ela responde: “Não me chameis de Noemi. Chamai-me de Mara (amarga),…” (Rt 1,20). Ao ouvir esta pergunta, a resposta de Noemi é nomear sua situação mudada mediante a mudança de seu próprio nome. Não mais “doçura” (Noemi), ela agora é Mara, porque o Senhor tornou sua vida “amarga”(v.21).
Mais a frente, Rute conhece Booz, parente de seu marido, do clã de Elimelec. Nesse conhecimento, o que prevalece não é somente a união de Rute e Booz, mas a Aliança de Deus feita com o homem, não só com o povo eleito, mas que se estende a todos aqueles que adoram o único Deus, o Senhor.
No segundo capítulo do livro de Rute, a personagem revela a Noemi que trabalhou com Booz (v. 19). Em seguida, a sogra revela que Booz é parente muito próximo e é um dos que tem sobre elas o direito de resgate1 (v.20b). No terceiro capítulo, que se refere ao encontro noturno de Booz e Rute numa eira, o judaíta aceita sem dificuldade assumir a responsabilidade e se dispõe a cumprir a obrigação legal, sobretudo, por se tratar de uma mulher perfeita (v.11), como é de conhecimento público.
Vale a pena conferir, em uma leitura proveitosa dos capítulos, notas e introduções do Livro de Rute, e comprovar um sentido mais profundo que o autor deseja que o leitor entenda. É verdadeiramente um convite para contemplar os desígnios de Deus, que envolvem personagens e circunstâncias nada convencionais para a realização do projeto divino.
Na Bíblia hebraica, a história de Rute se situa entre os Ketubîm, termo hebraico que significa escritos2. A Bíblia grega e a Bíblia latina colocam-no depois do livro dos Juízes, certamente por causa da indicação cronológica do autor, que está no primeiro versículo.
Devemos compreender que a data de composição desse livro é muito discutida entre os estudiosos, e depende de uma série de contextos. Poderia ser no período pré-exílico, por causa dos costumes jurídicos como o matrimônio levirático3, que refletiriam uma legislação anterior ao Deuteronômio.
É preciso ressaltar, consideravelmente, o tema teológico do universalismo, que trata da salvação para todos os povos e nações, que é defendido pelo autor. A temática da salvação de Deus, que se estende amplamente, fruto da ação de Deus que quer restaurar e aprofundar sua Aliança, indica-o, com coerência, pelo seu caráter temático e particularidades linguísticas, para depois dos acontecimentos do exílio na Babilônia4.
Booz é parente de Noemi, por parte do marido. É um homem de boa situação econômica, como agricultor e possui empregados. É desprovido de preconceitos étnicos e religiosos. É religioso e temente ao Senhor, cujo nome evoca e procura respeitar a Lei de maneira escrupulosa. Ele possui a condição de goel, em relação às duas viúvas. Seu papel na narração será o de resgatador, em conformidade com a lei judaica.
No quarto capítulo (4,1-12), ocorre a conclusão do casamento, na porta da cidade. Todo o ambiente possui as características jurídicas e transcorre em público, num lugar tradicional de resolução de pendências legais. Booz consegue o direito de goel. Propondo ao parente de Noemi, o direito de resgate na presença de dez anciãos da cidade, para servirem de testemunho, o primeiro goel não se dá conta de que o direito de resgate envolve a posse da terra, como também, o casamento com Rute, para cumprir outra obrigação legal e restaurar o nome do falecido sobre o terreno.
A segunda condição desagradou o parente de Noemi, pois estaria prejudicando os seus negócios. Daí a decisão de abrir mão do direito em favor de Booz. Por consequência, seguiu a confirmação dos anciãos e do povo, com bênçãos e invocações das mulheres importantes do passado, por quem a casa de Israel foi edificada. Rute é colocada em pé de igualdade com as matriarcas israelitas do passado, sem a identificação de estrangeira.
Falamos que Rute era natural de Moab, ou seja, uma estrangeira fora dos padrões referentes ao povo eleito do único Deus. Ser estrangeiro, para o Israelita do Antigo Testamento, era não ter aliança com Deus, não ter nenhum relacionamento, não seguir os mandamentos, a Lei por excelência. Rute se mostra solidária, a ponto de se dispor a se tornar judia e adorar o Senhor (1,16), abrindo mão da herança religiosa familiar, para estar junto da sogra. A solidariedade da moabita é radical e incondicional. O começo e o fim da narração apresentam Rute sem filhos, pela opção de ser solidária. Transparece, no texto bíblico, que a alegria de Rute era a alegria de sua sogra, que se dedicava para que a nora garantisse a descendência familiar.
A fidelidade permeia os relacionamentos entre os personagens e é fundamentada na firme convicção de que o Senhor será fiel a seu povo de aliança. Orfa e Rute permanecem fieis â sogra viúva. Ainda que Orfa tenha, eventualmente, retornado para Moab, ela esteve disposta a acompanhar Noemi até Judá. Booz expressa seu compromisso à fidelidade para com a aliança ao permitir que a viúva se junte aos demais em sua fazenda.
O fato de Rute ter se casado com um israelita revela o quanto Deus não nega seu plano de eleição para todos os povos. Percebe-se um Deus, solidário a todos os homens e mulheres atentos e de coração aberto. O autor poderia querer mostrar como seria as circunstâncias de Rute, em uma situação bastante difícil no meio social e religioso da época, com a morte do esposo. Com tal fatalidade, a ausência de filhos gerados significava que a pessoa falecida deixaria de existir em Israel, culminando em não ter deixado nenhuma descendência.
Em Rute, podemos perceber que o projeto divino não cessou após a morte de seu primeiro marido. A Salvação, a pertença ao único Deus acontece de forma constante, sem interrupções. A aliança com Deus nunca é desfeita e neste livro, que aos nossos olhos se mostra com uma mensagem simples, o próprio autor aprofunda o sentido de aliança com a humanidade inteira.
Uma aliança que gera a posteridade, um filho, Obed, que significa “o servo”. Nasce o filho de Booz e Rute, que coloca esta como antepassada do rei Davi. Ela mesma figura na genealogia, segundo o Evangelho de Mateus. Ressalta-se ainda mais o valor de uma estrangeira na ascendência de Jesus, como benevolência e fidelidade divinas: “…, Booz gerou Obed, de Rute, Obed gerou Jessé, Jessé geou o rei Davi”(Mt 1,5).
Um ponto importante do livro, que se encontra no prólogo e no epílogo, dentro do contexto étnico e religioso, é a convivência entre judaítas e moabitas, sem tensões nem preconceitos. Os casamentos acontecem, dispensando considerações de caráter religioso e cultural. O outro, o estrangeiro, o diferente, não constitui uma ameaça.
O plano de Deus parte do imprevisível, do absurdo das circunstâncias e revela a permanência do seu amor que recria e aprofunda a Aliança, a amizade perfeita. A mensagem deste livro quer nos ensinar a deixar Deus dar continuidade ao que Ele mesmo iniciou em nossa história e conformar nossas intenções e disposições, meio distorcidas pelos desgastes de nossa peregrinação, em seus atos de amor.
NOTAS:
1No pensamento jurídico antigo, o termo hebraico ga’al, traduzido por reivindicar os bens, indica o direito de resgatar uma propriedade (Lv 25, 23-24), de restabelecer um antigo liame de posse. O go’el é pois aquele que, por direito de parentesco, pode reivindicar os bens ou as pessoas de seus parentes mais próximos, quando esses bens ou essas pessoas foram alienados ou estão em perigo de sê-lo (Rt 2,20; 4,1-8).
2 Contém também os livros dos Salmos, Jó, Provérbios, Cântico dos cânticos, Eclesiastes, Lamentação, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
3 O desígnio de Deus delineava uma união entre Rute e Booz, pelo fato de que, pela lei do levirato, o irmão de um homem morto, ou um parente mais próximo, tomasse e casasse com a viúva. Esta prática tornava possível a continuação do nome e da linhagem do homem morto em Israel, bem como permitia a retenção de sua propriedade dentro da família.
4 O Exílio na Babilônia, também chamado de cativeiro, infligido por Nabucondosor, Rei da Babilônia, aos habitantes de Judá e Jerusalém em 597 e 586 a.C.
*Noviço do Instituto Religioso Nova Jerusalém e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012


           VERBUM DOMINI

·         VERBUM DOMINI é uma Exortação Pós-Sinodal.

·         SÍNODO: XII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo Dos Bispos que se efetuou de 05 a 26 de Outubro de 2008.  A mesma tinha como tema: “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.

DESEJO DO SANTO PADRE COM ESTE DOCUMENTO:

“Portanto, exorto a todos os fiéis a redescobrirem o encontro pessoal e comunitário com CRISTO, verbo da vida, que se tornou visível, a fazerem-se seus anunciadores para que o dom da vida divina, a comunhão, se dilate cada vez mais pelo mundo inteiro. (p.5)

Não existe prioridade maior que esta: reabrir ao homem atual o acesso a Deus, Ele que nos fala e nos comunica o seu Amor para que tenhamos vida em abundância (cf. Jo 10,10)” (p. 5)

- “De fato, a igreja funda-se a Palavra de Deus, nasce e vive dela.

“... Se deve reconhecer Jesus Cristo como “o mediador e a plenitude de toda a Revelação” (Dv, 2). (p.7)

A REFERÊNCIA DA QUAL PARTIRAM AS REFLEXÕES DO SÍNODO:

“Foi o prólogo do Evangelho de João” (Jo 1,1-18).

“Jesus é a sabedoria de Deus encarnado, é a sua Palavra  eterna feito homem mortal” (p.11)

PARTE I:  VERBUM DEI

Ø  O DEUS QUE FALA

·         A novidade da revelação bíblica consiste no feito de Deus. Se dá a conhecer no diálogo, que deseja ter convosco.

·         Na Igreja, veneramos extremamente as Sagradas escrituras, apesar da fé cristã não ser uma “Religião do Livro”.

·         O Cristianismo é a religião da “Palavra de Deus”, não de “uma palavra escrita e muda, mas do verbo Encarnado e Vivo.

·         É necessário que os fiéis sejam bem mais formados, para identificar os seus diversos significados e compreender o seu sentido unitário.

·         Ao Jerônimo está firmemente convencido de que “não podemos chegar a compreender a Escritura, sem a ajuda do espírito Santo que a inspirou”.

·         Em ultima análise é a Tradição Viva da Igreja que nos faz compreender adequadamente a Sagrada escritura como palavra de Deus.

·         De fato, a Palavra de Deus dá-se a nós na Sagrada Escritura, enquanto testemunho inspiração da Revelação que, juntamente com a Tradição Viva da Igreja, constitui a regra suprema da Fé.



Ø  A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS QUE FALA

·          

·         Por meio do dom do seu amor, Ele (Deus), separando toda a distância, torna-nos verdadeiramente seus “parceiros”, de modo a realizar o mistério nupcial do Amor entre Cristo e a Igreja. Nesta perspectiva, todo o homem aparece como destinatário da Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma resposta livre, em tal diálogo de amor. Tal resposta é a fé, que é a adesão livre e consciente e esta revelação.

·         Com efeito, a Sagrada Escritura mostra-nos como o Pecado do homem é essencialmente desobediência e “não escuta”.



Ø  A HERMENÊUTICA DA SAGRADA ESCRITURA NA IGREJA



O que é Hermenêutica?

·         A interpretação da sagrada Escritura exige a participação dos Exegetas em toda a vida e em toda a Fé da comunidade crente do seu tempo.

·         É preciso que os Exegetas os Teólogos e todo o Povo de Deus se abrirem a dela por aquilo que realmente é: como palavra de Deus que se  nos comunica através de palavra humanas.

·         Uma autêntica interpretação da Bíblia deve estar sempre em harmônica concordância com a Fé da Igreja Católica.

·         No seu trabalho de interpretação, os exegetas católicos, jamais devem esquecer que interpretam a palavra de Deus.  A sua tarefa não termina depois, que distinguiram as fontes, definiram as formas ou explicaram os processos literários. O objetivo de seu trabalho só está alcançado quando tiverem esclarecido o significado do texto bíblico como Palavra atual de Deus.



II PARTE: VERBUM IN ECCLESIA



Ø  A PALAVRA DE DEUS E A IGREJA

·         Desde as origens, a Palavra de Deus tem a ver conosco e a criação foi desejada numa relação de familiaridade com a vida divina.

·         A Igreja é uma comunidade que escuta e anuncia a palavra de Deus.



Ø  LITURGIA LUGAR PRIVILEGIADO DA PALAVRA DE DEUS



·         A Liturgia Sagrada constitui, efetivamente, o âmbito privilegiado onde Deus nos fala no momento presente da nossa vida: fala hoje ao seu povo, que escuta e responde cada ação litúrgica, está por natureza, impregnada da Sagrada Família.

·         Exorto aos Pastores da Igreja e os Agentes Pastorais a fazer com que todos os fiéis sejam educados para saborear o sentido profundo da Palavra de Deus que está distribuído ao longo do ano na liturgia.

·         É preciso que os pregadores tenham familiaridade e contato assíduo com o texto sagrado.





Ø  A PALAVRA DE DEUS NA VIDA ECLESIAL



·         O Sínodo dos Bispos afirmou várias vezes a importância da pastoral nas comunidades cristãs como âmbito apropriado onde percorrer um itinerário pessoal e relativo  Palavra de Deus, de modo que esteja verdadeiramente no fundamento da  vida espiritual.

III PARTE: VERBUM MUNDO



Ø  A missão da Igreja: anunciar a Palavra de Deus ao mundo



  • Jesus Cristo é a Palavra definitiva e eficaz que saiu do Pai e voltou a Ele, realizando perfeitamente no mundo a sua vontade.
  • Na sua essência, a Igreja é missionária. Por conseguinte, a missão da Igreja não pode ser considerada como realidade facultativa ou suplementar da vida eclesial.
  • A missão de anunciar a Palavra de Deus é um dever de todos os discípulos de Jesus Cristo, em conseqüência do seu batismo.
  • Antes de mais nada, é importante que cada modalidade de anúncio tenha presente a relação intrínseca entre comunicação da Palavra de Deus e testemunho cristão; disso depende a própria credibilidade do anúncio.
  • O fato do anúncio da Palavra de Deus requerer testemunho da própria vida é um dado bem presente na consciência cristã desde as suas origens.



Ø  Palavra de Deus e compromisso no mundo



  • É a própria Palavra de Deus que nos recorda a necessidade do nosso compromisso no mundo e a nossa responsabilidade diante de Cristo, Senhor da História. Quando anunciamos o Evangelho, exortamo-nos reciprocamente a cumprir o bem e empenhar-nos pela justiça, pela reconciliação e pela paz.
  • A própria Palavra de Deus denuncia, sem ambigüidade, as injustiças e promove a solidariedade e igualdade.
  • Compete sobretudo aos fiéis leigos formados na escola do Evangelho intervir na ação social e política.
  • Quero uma vez mais reafirmar que a religião nunca pode justificar a intolerância ou as guerras. Não se pode usar de violência em nome de Deus! Toda a religião devia impelir para um uso correto da razão e promover valores éticos que edifiquem a convivência civil.
  • Que todos os fiéis compreendam a necessidade de traduzir em gestos de amor a palavra escutada, porque só assim se torna credível o anúncio do Evangelho, apesar das fragilidades humanas que marcam as pessoas.
  • Devemos ajudar os jovens a ganharem confidência e familiaridade com a Sagrada Escritura, para que seja uma bússola que indica a estrada a seguir.
  • Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, e dá tudo.
  • Os primeiros que têm direito ao anúncio do Evangelho são precisamente os pobres, necessitados não só de pão mas também de palavras de vida.
  • O compromisso no mundo requerido pela Palavra divina impele-nos a ver com olhos novos todo o universo criado por Deus e que traz em si os vestígios do Verbo, por Quem tudo foi feito (cf. Jo 1,2).
  • O homem precisa de ser novamente educado para se maravilhar, reconhecendo a verdadeira beleza que se manifesta nas coisas criadas.



Ø  Palavra de Deus e culturas



  • Deus não Se revela ao homem abstratamente, mas assumindo linguagens, imagens e expressões ligadas às diversas culturas.
  • Quero reafirmar a todos os agentes culturais que nada têm a temer da sua abertura à Palavra de Deus, que nunca destrói a verdadeira cultura, mas constitui um estímulo constante para a busca de expressões humanas cada vez mais significativas.
  • Um âmbito particular do encontro entre Palavra de Deus e culturas é o da escola e da universidade.
  • A grande tradição do Oriente e do Ocidente sempre estimou as manifestações artísticas inspiradas na Sagrada Escritura, como, por exemplo, as artes figurativas e a arquitetura, a literatura e a música. Penso que também na antiga linguagem expressa pelos ícones que, partindo da tradição oriental, aos poucos se foi espalhando por todo o mundo.
  • Ligada à relação entre Palavra de Deus e culturas está também a importância da utilização cuidadosa e inteligente dos meios, antigos e novos, de comunicação social.
  • Para além da forma escrita, a Palavra divina deve ressoar também através das outras formas de comunicação.
  • Há que reconhecer hoje um papel crescente à internet, que constitui um novo fórum onde ressoar o Evangelho, na certeza, porém, de que o mundo virtual nunca poderá substituir o mundo real e que a evangelização só poderá usufruir da virtualidade oferecida pelos novos meios de comunicação para instaurar relações significativas, se se chegar ao encontro pessoal que permanece insubstituível.
  • A inculturação não deve ser confundida com processos de adaptação superficial, nem mesmo com a amálgama sincretista que dilui a originalidade do Evangelho para o tornar mais facilmente aceitável. O autêntico paradigma da inculturação é a própria encarnação do Verbo.



Ø  Palavra de Deus e diálogo inter-religioso



  • A Igreja reconhece como parte essencial do anúncio da Palavra o encontro, o diálogo e a colaboração com todos os homens de boa vontade, particularmente com as pessoas pertencentes às diversas tradições religiosas da humanidade, evitando formas de sincretismo e de relativismo.
  • Dentre as diversas religiões, a Igreja olha com estima os muçulmanos.
  • Desejo manifestar o respeito da Igreja pelas antigas religiões e tradições espirituais de vários continentes; contêm valores que podem favorecer muito a compreensão entre as pessoas e os povos.
  • Recordamos igualmente a necessidade de que seja efetivamente assegurada a todos os crentes a liberdade de professar, privada e publicamente, a sua própria religião, e também a liberdade de consciência. Tal respeito e diálogo favorecem a paz e a harmonia entre os povos.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 30 de Setembro – memória de São Jerônimo – de 2010, sexto ano de Pontificado. BENEDICTUS PP. XVI (Papa Bento XVI).

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MARIA, MÃE DE DEUS

"Maria: a mulher que acolheu Jesus em si e o deu à luz para toda a a família humana"


A homilia de Bento XVI no primeiro dia do ano

CIDADE DO VATICANO, domingo, 01 de janeiro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a Homilia do Santo Padre Bento XVI, proclamada neste primeiro domingo de 2012, na Basílica de São Pedro, durante a Missa da Solenidade de Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz.
***
No primeiro dia do ano, a liturgia faz ressoar em toda a Igreja espalhada pelo mundo, uma antiga benção sacerdotal, que escutamos na primeira leitura. “O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer para ti a sua face e te dê a graça. O Senhor volte para ti o seu rosto e te conceda a paz” (Nm 6, 24-26). Essa benção foi confiada por Deus através de Moisés, a Araão e aos seus filhos, isto é, aos sacerdotes do povo de Israel. È um triplice desejo pleno de paz, que promana da repetição do nome de Deus, do Senhor e da imagem do seu rosto. De fato, para sermos abençoados precisamos estar na presença de Deus, receber sobre nós o seu Nome e permanecer no raio de luz que parte do seu rosto, no espaço iluminado pelo seu olhar, que difunde graça e paz.
Essa é a experiência feita pelos pastores de Belém, que aparecem ainda no Evangelho de hoje. Eles fizeram a experiência de estar na presença de Deus e da sua benção, não na sala de um majestoso palácio, na presença de um grande soberano, mas sim em um estábulo, diante de um menino colocado em uma manjedoura. Exatamente daquele Menino irradia uma nova luz, que resplandece no escuro da noite, como podemos ver em tantas pinturas que reproduzem a natividade de Cristo. É dEle que vem a benção: do seu nome – Jesus, que significa 'Deus Salva' - e do seu rosto humano, no qual Deus, o Onipotente Senhor do céu e da terra quis encarnar-se, esconder a sua glória sob o véu da nossa carne, para revelar-nos plenamente a sua bondade

A primeira a ser preenchida por essa benção foi Maria, a Virgem, esposa de José, que Deus escolheu desde o primeiro instante da sua existência para ser a mãe do seu Filho feito homem. Ela é a bendita entre as mulheres (Lc 1,42) – como a saúda Santa isabel. Toda a sua vida está na luz do Senhor, no raio da ação do nome e do rosto de Deus encarnado em Jesus, o fruto bendito do seu ventre. Assim a apresenta o Evangelho de Lucas: toda disposta a guardar e meditar no seu coração todas as coisas referentes ao seu filho Jesus (cfr Lc 2, 19.51). O mistério da sua divina maternidade, que hoje celebramos, contém em medida superabundante aquele dom da graça que toda maternidade humana traz em si, tanto que a fecundidade do ventre sempre foi associada à benção de Deus. A Mãe de Deus é a primeira abençoada e é Ela que traz a benção, é a mulher que acolheu Jesus em si e o deu à luz para toda a a família humana. Como reza a Liturgia: “sempre intacta na sua glória virginal, irradiou sobre o mundo a luz eterna, Jesus Cristo nosso Senhor” (Prefácio da Beata Virgem maria 1)
Maria é mãe e modelo da Igreja, que acolhe na fé a divina Palavra e se oferece a Deus como “terra boa” na qual Ele pode continuar a cumprir o seu mistério de salvação. Também a Igreja participa ao mistério da divina maternidade mediante a pregação, que espalha no mundo a semente do Evangelho e mediante os Sacramentos que comunicam aos homem a graça e a vida divina. Em particular no sacramento do Batismo, a Igreja vive essa maternidade, quando gera os filhos de Deus da água e do Espírito Santo, o qual em cada um exclama: “Abbá! Pai! (Gal 4,6). Como Maria, a Igreja é mediadora da benção de Deus para o mundo: a recebe acolhendo Jesus e a transmite levando Jesus. É Ele a misericórdia e a paz que o mundo por si não pode dar-se e da qual tem necessidade sempre, como ou mais que o pão.
Caros amigos, a paz, no seu sentido pleno e mais alto é a soma e a síntese de todas as bençãos. Por isto, quando duas pessoas amigas se encontram, se saúdam desejando reciprocamente a paz. Também a Igreja, no primeiro dia do ano invoca de modo especial esse bem supremo e o faz, como a Virgem Maria, mostrando a todos Jesus, porque como afirma o apóstolo Paulo, “Ele é a nossa paz” (Ef 2, 14) e ao mesmo tempo é a via através da qual os homens e os povos podem alcançar essa meta, a qual todos aspiramos. Levando, portanto, no coração este profundo desejo, tenho o prazer de acolher e saudar todos vocês, que no dia em que se celebra a XLV Jornada Mundial da Paz vieram à Basílica de São Pedro: os Senhor Cardeais, os embaixadores de tantos países amigos, que mais que nunca nesta ocasião, partilham comigo e com a Santa Sé a vontade de renovar o empenho pela promoção da paz no mundo; O presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, que com o secretário e os colaboradores trabalham em modo especial por esta finalidade; os outros prelados e autoridades presentes; os representantes de Associações e Movimentos eclesiais e todos vós, irmãos e irmãs, em particular aqueles que entre vós trabalham no campo da educação dos jovens. De fato – como sabeis – a prospectiva educativa é aquela que enfatizei na minha mensagem deste ano.
“Educar os jovens à justiça e à paz” é objetivo que compreende todas as gerações, e graças a Deus, a família humana, depois das tragédias das duas grandes guerras mundiais, mostrou-se cada vez mais consciente, como atestam, de uma parte, declarações de iniciativas internacionais, e de outra, a afirmação dos próprios jovens, nas últimas décadas, de tantas e diversas formas de empenho social neste campo. Para a comunidade eclesial educar à paz faz parte da missão recebida de Cristo, faz parte integrante da evangelização porque o Evangelho de Cristo também é Evangelho de Justiça e Paz. Mas a Igreja, nos últimos tempos, se fez intérprete de uma exigência que envolve todas as consciências mais sensíveis e responsáveis pelo futuro da humanidade: a exigência de responder a um desafio decisivo que é o desafio educativo. Por que “desafio”? Pelo menos por dois motivos: em primeiro lugar, porque na era atual, fortemente caracterizada pela mentalidade tecnológica, querer educar e não somente instruir é uma escolha; em segundo lugar, porque a cultura relativista coloca uma questão radical: tem sentido ainda educar? Educar para quê?
Naturalmente não podemos ir de encontro a essas questões a fundo, as quais procurei responder em outras ocasiões. Gostaria ao invés disso, destacar que, diante das sombras que hoje obscuram o horizonte no mundo, assumir a responsabilidade de educar os jovens à consciência da verdade, aos valores fundamentais da existência, às virtudes intelectuais, teologais e morais, significa olhar para a futuro com esperança. Nesse empenho por uma educação integral, entra também a formação à justiça e à paz. Os rapazes e moças de hoje crescem em um mundo que se tornou, por assim dizer, mais pequeno, onde os contatos entre as diferentes culturas e tradições, mesmo que muitas vezes não de forma direta, são constantes. Para eles, hoje, mais que nunca, é indispensável aprender o valor e o método da convivência pacífica, do respeito recíproco, do diálogo e da compreensão. Os jovens são por natureza abertos a essas atitudes, mas exatamente a realidade social na qual crescem podem levá-los a pensar e a agir em modo oposto, de modo intolerante e violento.
Somente uma sólida educação da consciência deles pode coloca-los à parte desses riscos e torná-los capazes de lutar sempre e contando somente com a força da verdade e do bem. Essa educação parte da família e se desenvolve na escola e nas outras experiências formativas. Se trata essencialmente de ajudar as crianças, os jovens, os adolescentes, a desenvolver uma personalidade que una um profundo sentido de justiça com o respeito do outro, com a capacidade de enfrentar os conflitos sem prepotência, com a força interior de testemunhar o bem também quando custa sacrifício, com o perdão e a reconciliação. Assim poderão tornar homens e mulheres verdadeiramente pacíficos e construtores da paz.
Nesta obra educativa voltada para as novas gerações, uma responsabilidade particular cabe também às comunidades religiosas. Todo itinerário de autêntica formação religiosa acompanha a pessoa, desde os primeiros anos de idade, a conhecer Deus, a amar e a fazer a sua vontade. Deus é amor, é justo e pacífico, e quem quer honrá-lo deve antes de mais nada comportar-se como um filho que segue o exemplo do Pai. Um Salmo afirma: “O Senhor cumpre coisas justas, defende os direitos de todos os oprimidos...Misericordioso e piedoso é o Senhor, lento para a ira e grande no amor” (Sal 103, 6.8). Em Deus justiça e misericórdia convivem perfeitamente, como Jesus nos demonstrou com o testemunho da sua vida. Em Jesus 'amor e verdade' se encontraram, 'justiça e paz' se uniram (cfr Sal 85, 12.13). Deus nos falou no seu Filho Jesus. Escutamos o que diz Deus: 'Ele anuncia a paz' (Sal 85,9). Jesus é uma via praticável, aberta a todos. É a via da paz. Hoje a Virgem Maria nos indica isso, nos mostra a Via: a sigamos! E vós, santa Mãe de Deus, acompanha-nos com a vossa proteção. Amém.
(CN Notícias)

sábado, 24 de dezembro de 2011

CORDEL NATALINO DO CEARÁ




O Nascimento de Jesus


Autor: Euriano Sales


Dos doze meses do ano
O de dezembro é o mais bonito
Todo mundo prega a paz
Confraternizam em nome de Cristo
Mas ai daquele que não der um presente
Pode gerar até um conflito

É verdade, é assim que acontece
E por favor não me interprete mal
Pois esse mês tão lindo que eu disse
Também é o mês mais comercial
Nascimento de quem? Jesus?
Eu quero é meu presente de natal

Ninguem lembra do começo de tudo
Mas pode deixar, vou refrescar sua memória
Há muito tempo, lá em Belém
Deu início a essa bela história
Do verdadeiro dono da festa
Digno de toda honra e glória

Houve um período na história
Que Deus se calou pro seu povo
Foram cerca de 400 anos
Até surgir um profeta novo
O nome dele seria João
Responsável por esse renovo

Zacarias era um homem bem velho
E Isabel também bem veinha
Ter um minino nessa altura do campeonato
Só podia ser piada de vizinha
Mas como Deus não é homi de piada
Fez nascer justo de onde não vinha

Gabriel, o arcanjo do Senhor
Disse a Zacarias que ele ia se papai
O homi se espantou com aquilo
E achou que não, jamais
Gabriel olhou e disse pra ele:
Tu pensa que eu sou anjo paraguai?

Eu sou é servo de Deus
Que mandou esse recado trazer
Mas como você tá duvidando
Se prepare pro que eu vou fazer
Vai ficar sem falar uma ruma de dia
Até o minino nascer

E assim foi o acontecido
Isabel, bem veinha, embuchou
Zacarias continuava mudo
Mesmo assim a Deus adorou
A mulher já tava com seis meses
Quando o anjo do céu retornou

Mas dessa vez bateu noutra porta
Na de Maria, prima de Isabel
Ela era uma moça bem jovem
Abençoada por Deus, mulher fiel
Ele disse que ela ia ter um minino
Jesus, o nazareno, o Emanuel

Por ser virgem ela achou impossível
Mas não quis do senhor duvidar
Já José, seu noivo na época
O casamento ele quis cancelar
Mas o anjo explicou tudinho
E o homi se apressou pra casar


Deus quando fala, fala é direito
E toda promessa Dele é confirmada
Esse negócio que o Senhor mandou dizer
Sem confirmação é tudo furada
Tu acredita que Deus confirmou ainda mais
A promessa que já foi aprovada?

Maria foi visitar Isabel
E na chegada a cumprimentou
Isabel quando viu Maria
O minino no bucho balançou
Sabia nem que a outra tava gravida e disse:
Acredite Maria, no que anjo Falou.

Isabel teve o minino
E o povo doido pra saber o nome
Disseram pra por Zacarias Filho
Ela disse que era João e batista o sobrenome
Eles insistiram em chamar Zacarias
E o pai sem falar, escreveu sem cognome

Cognome é mesmo que apelido
Ele escreveu bem direitin o nome de João
Poderia ter escrito Joazin
Mas o anjo não tava de brincadeira não
Zacarias voltou a falar
E essa história correu a região

Naquela época também tinha IBGE
Que contava o tamanho da população
Mas se eu sou do ceará e morava em alagoas
A contagem não valia não
Tinha que voltar pra minha terrinha
E se apresentar ao escrivão

Foi numa dessa que nasceu Jesus.
José e Maria moravam em Nazaré
Foram a Belém pra tal contagem
150 kilômetros de viajem a pé
O jumentinho era só pra Maria
Coitado dos pés de José


A cidade tava lotada
Não tinha vaga em nenhum pensão
O minino se aprontou pra nascer
Maria já tava com um barrigão
Correram pra uma estrebaria
E cadê ter médico de plantão?

Jesus nasceu ali mesmo
Simples como devemos ser
Não teve médico, nem enfermeira
Mas Deus assim quis fazer
Pra servir de lição pra muitos
Que querem tanto aparecer

Deus se encarregou da Festa
Teve até chá de bebê
Fez nascer no céu uma estrela
Para que todos pudessem ver
Que ali nasceu o minino
Que por nós irá vencer

Três pastores ao ver a estrela
Se perguntavam o que era aquilo
O Anjo de Deus foi até eles
E disse: Rapaz, fique tranquilo
Nasceu o Rei de vocês
Vão lá visitar o pupilo

Os homens pensaram em palácio
E foram até o Rei Herodes
O perguntaram pelo rei que nasceu
- Que rei? Se eu sou o lorde?
O cabra ficou enjuriado
E Chamou o sacerdote

Me diga onde vai nascer o Messias
Fale logo que eu tô aperriado
Responderam que era em Belém
O cabra ficou agoniado
Chamou os pastores pra conversa
E mentiu bem descarado


Vão até lá e achem o minino
Depois voltem pra cá
Quero que me digam direitinho
Onde o Rei pode estar
Pois também quero ir
Me prostar e adorar

O pastores sairam dali
Acreditando que era verdade
O anjo de Deus os guiou
Há uma certa maternidade
Onde nasciam cavalos e bois
Dos homens daquela cidade

Belchior, Gaspar e Baltazar
Eram os nomes daqueleS senhores
Quando viram o minino ali
Sem luxo, riqueza e valores
Sentiram a presença de Deus
E choraram aqueles pastores

O chá de bebê de Jesus
Aconteceu naquele momento
Ao invés de fralda tinha ouro
De chupeta tinha incenso
Foi dado até um pote de mirra
Como forma de agradecimento

Deus disse pra eles em sonho
Pra mudarem o caminho da volta
Pois herodes estavam esperando
Armado com sua escolta
A fim de pegar o minino
E fazer uma reviralvolta

Deus disse também a José
pro egito ele fugir
Pois o rei ia matar
O bebê nascido ali
Jesus o nazareno
Descendente de Davi


Do Egito eles foram
Conforme disse a profecia
Para a terra de Nazaré
Onde ele cresceria
Foi batizado por João
O filho de Zacaria.

Essa sim é a história
Que todos devemos lembrar
Que eu saiba Jesus não era gordo
E de trenó não costuma andar
E foi dele o maior presente
A salvação que vamos herdar