BIBLIOTECA DO PADRE CAETANO
PERTENCENTE AO INSTITUTO RELIGIOSO
NOVA JERUSALÉM
1. FONTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS PARA
ESTUDOS BÍBLICOS AVANÇADOS
- PAPIROS BODMER: é um grupo de vinte e dois
papiros descoberto no Egito em 1952. Eles foram assim nomeados depois que
Martin Bodmer (1899 - 1971, bibliófilo, estudioso e colecionador) os comprou.
Os papiros contêm segmentos dos dois Testamentos e de algumas
literaturas cristãs antigas. O mais antigo, P66, data de 200 d.C. Os papiros
pertencem a Biblioteca Bodmeriana, em Cologny, na Suíça. Em 2007 a Biblioteca do
Vaticano adquiriu dois dos papiros, P74 e P75.
* Manuscritos gregos:
- CODEX SINAITICUM (א, 01): é uma antiga
cópia da Bíblia grega (AT e NT). Pertence ao texto padrão alexandrino,
foi escrito no século IV d.C em letras maiúsculas em pergaminho. Foi
descoberto no século XIX no Monastério grego do Monte Sinai. Embora partes do
Códice estejam espalhadas em quatro bibliotecas ao redor do mundo, a maioria do
manuscrito hoje está na Biblioteca Britânica.
- CODEX VATICANUM (B, 03): é um dos
manuscritos mais antigos da Bíblia grega (AT e NT). O Códice é assim
nomeado porque pertence à Biblioteca do Vaticano onde foi colocado desde o
século XV d.C. Está escrito em grego, com letras maiúsculas, e foi
paleograficamente datado do século IV dC. Os estudiosos o consideram um dos
melhores textos gregos do Novo Testamento.
- CODEX (CÓDICE) BEZAE (D, 05): é um códice do Novo
Testamento datado do século V escrito em maiúsculas. Contém
grande parte dos quatro Evangelhos e Atos, além de um pequeno fragmento da 3Jo,
medindo 26 x 21.5 cm,
com o texto grego na face esquerda e o texto latino à direita. Faz parte do
texto padrão Ocidental. Durante os motins das Guerras de Religião no século
XVI, quando análise textual se tornou urgente para os protestantes da Reforma,
o manuscrito foi levado de Lyon em 1562 e entregue ao estudioso protestante
Theodore Beza, o amigo e sucessor de Calvino que o doou para a Universidade
de Cambridge, Inglaterra e ainda hoje permanece na Biblioteca daquela
universidade.
** Manuscritos hebraicos
- CODEX ALLEPO EM FACSIMILE: O Códice de
Aleppo (Keter Aram Tzova) é um manuscrito medieval da Bíblia hebraica. O
códice foi escrito no século X d.C. Alguns testemunhos mostram que o Códice de
Aleppo foi consultado por estudiosos judeus ao longo da Idade Média, e estudos
modernos mostraram que ele pode ser a representação mais precisa dos princípios
Masoréticos de qualquer manuscrito existente. Durante a Primeira Cruzada, a
sinagoga foi saqueada e o códice foi transferido de Jerusalém para o Egito,
pois os judeus pagaram um alto preço por seu resgate. Foi preservado na
sinagoga do Cairo onde foi consultado por Maimonides. Em 1375, um de
descendentes de Maimônides o trouxe para Aleppo, Síria, de onde vem sua atual
designação. Em 1958, quando foi contrabandeado para Israel e hoje se encontra
na Universidade Hebraica de Jerusalém.
- CODEX DE LENINGRADO: O Códice de
Leningrad (ou Códice Leningradensis) é o manuscrito completo mais antigo da TANAK
com texto masorético. É datado de 1008 de acordo com seu colofão. Atualmente
seu texto está reproduzido na Bíblia Hebraica (1937) e Bíblia Hebraica
Stuttgartensia (1977). Também é útil para os estudiosos como fonte primária
para a recuperação das partes perdidas do Códice Aleppo. O Códice de Leningrado
é assim nomeado porque foi pertence à Biblioteca Nacional da Rússia em São Petersburgo
desde 1863. Depois da Revolução Russa os estudiosos o nomearam de Códice de
Leningrado. A pedido da Biblioteca o termo Leningrado foi mantido até mesmo
depois que o nome original da cidade foi restabelecido depois da dissolução da
União Soviética.
*** Textos
aramaicos (ou versões críticas para línguas modernas)
- TARGUM NEOPHYTI (BIBLINGUE): paráfrase da
Bíblia hebraica em aramaico que data entre os séculos III e VIII d.C. Foi
descoberto em 1949 por Alejandro Diez Macho na Biblioteca dos Neófitos em Roma.
As paráfrases do Targum Neophyti são
significativamente diferentes daquelas do Targum Onkelos. Elas são
consideravelmente mais expansivas. O idioma do Targum Neophyti é
convencionalmente conhecido como aramaico palestino em vez do aramaico
babilônico do Targum Onkelos.
- TARGUM ONQELOS (DO PENTATEUCO) EM INGLÊS E EM FRANCÊS*: é o targum
oriental (babilônico) oficial da Torah.
Alguns identificam essa tradução como trabalho de Áquila de Sinope, daí
o nome Onqelos. O tradutor é único em
evitar qualquer tipo de antropomorfismo para Deus. Antigamente o Targum Onqelos
era recitado de cor como tradução de versículo por versículo enquanto se proclamava
a Torah na sinagoga.
- TARGUM JONATHAN EM INGLÊS*: É uma paráfrase
dos Nebiîm em aramaico.
Seu início se deu em Jerusalém, mas foi terminado na
Babilônia no início do século II d.C. O Talmud atribui a Jonatan ben Uzziel a
tradução dos Nebiîm para o aramaico.
- Textos em outros idiomas antigos ou versões
críticas de textos antigos
- ANTIGO TESTAMENTO EM SIRÍACO (Peshitta): é a
versão padrão da Bíblia no idioma siríaco. O nome “Peshitta” significa
"versão simples". O Siríaco é um dialeto, ou grupo de dialetos, do
Aramaico oriental. O AT e o NT da Peshitta são dois trabalhos de tradução
completamente distintos. O AT Peshitta é a parte mais antiga da literatura
siríaca de todos os tempos, com a provável origem no século II d.C traduzido
diretamente do hebraico anterior ao texto massorético. O NT foi traduzido do
grego no século III.
- ARQUEOLOGIA DA
ALTA MESOPOTÂMIA (EDIÇÃO CRÍTICA): útil para os estudos da Torah e dos
Livros Históricos.
- RAS SHAMRA: A atual Ras Shamra chamava-se
Ugarit. Foi uma antiga e cosmopolita cidade portuária, situada na costa
mediterrânea do norte da Síria. O apogeu da cidade ocorreu de cerca de 1450 a.C até 1200 a.C. Em 1928 um
camponês abriu acidentalmente uma tumba antiga enquanto arava o campo. As
escavações descobriram um palácio real de 90 quartos e duas
bibliotecas que continham textos diplomáticos, legais, econômicos,
administrativos, acadêmicos, literários e religiosos. No topo do morro onde a
cidade foi construída estavam dois templos principais: um dedicado a Baal e um
a Dagon.
- BÍBLIA KITTEL: O hebraísta Rudolf Kittel
publicou na Alemanha, duas edições de Bíblia Hebraica, sendo a primeira em 1906
e a segunda com pequenas revisões em 1913. Mais tarde, quando se tornaram
disponíveis os textos massoréticos do Códice de Leningrado, Kittel produzir uma terceira edição da Bíblia
Hebraica, que teve um texto hebraico um pouco diferente e algumas notas de
rodapé revisadas. Foi a primeira vez que uma Bíblia levou em conta o texto do
Códice de Leningrado.
- BÍBLIA STUTTGARTENSIA: totalmente
baseada no Códice de Leningrado publicada pela Sociedade Bíblica Alemã em
Stuttgart. É uma revisão da terceira edição da Bíblia Hebraica editada por
Rudolf Kittel. As notas de rodapé foram totalmente revisadas. Essas notas foram
sendo acrescentadas aos poucos desde 1968.
- SEPTUAGINTA: A tradução do Antigo Testamento
para o grego, acrescida de mais sete livros originariamente escritos em grego.
É muito importante para os estudos bíblicos porque em vários casos, os
pergaminhos do mar morto estão de acordo com a LXX e diferentes do texto
massorético. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do
século IV AD. A edição mais importante é a romana ou sistina, que reproduz
exclusivamente o Codex Vaticanus. Foi publicada pelo Cardeal Caraffa, com a
ajuda dos vários peritos, em 1586, autorizado pelo Papa Sisto V, para ajudar
nas revisões em preparação da Vulgata Latina, requisitada pelo Concílio de
Trento.
- BÍBLIA POLIGLOTA COMPLUTENSE: é a edição
oficial da LXX, baseada em manuscritos atualmente perdidos, é considerada
bastante próxima aos mais antigos manuscritos.
- VETUS LATINA: é um nome
coletivo dado aos textos bíblicos em latim que foi traduzido antes da Vulgata
de São Jerônimo e se tornou a Bíblia padrão para os cristãos ocidentais de
língua latina. A expressão Vetus Latina significa Bíblia Latina Velha (em
oposição à Vulgata) e não que tenha sido escrita em latim antigo, ao
contrário trata-se de latim recente.
2. FERRAMENTAS PARA ESTUDOS
AVANÇADOS:
- SINOPSIS DOS 4 EVANGELHOS, CONCORDÂNCIA,
APARATO CRÍTICO.
3. LITERATURA RABÍNICA
Talmud e Midrash
Ir Aila Luzia, NJ (Doutora em Bíblia, Filósofa, Teóloga, professora da Faculdade Católica de Fortaleza e superiora do ramo feminino do Instituto Religioso Nova Jerusalém)
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